26/04/13



Aguiar, Joaquim - A Ilusão do Poder - análise do sistema partidário português (1976-1982) - Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1983. In-8.º; de 324 págs. Br. € 10,00

1.ª Edição.

Colecção «Participar», 20.

Capa de brochura a acusar algum uso, mas miolo estimado.
Apresenta uma pequena assinatura de posse na folha de rosto.

25/04/13

Obra e Graça de Abril

Algo semelhante
e de repente um empurrão
da ponte abaixo.

Ou uma bala que voa
ao teu encontro, vinda
de nenhures, assobiando.

Ou tu algemado e
no gume de baionetas.

Ou seres nomeado
da forma mais vil.

Ou conheceres o cárcere
na vastidão das ruas.

Vícios, défices,
ultrajes
que já só de memória.
já só nos alforges
da memória. Por
obra e graça de Abril.


A. M. Pires Cabral
[De A Poesia Está na Rua]

25 de Abril

  
  


Esta é a madrugada que eu esperava 
O dia inicial inteiro e limpo 
Onde emergimos da noite e do silêncio 
E livres habitamos a substância do tempo

Sophia de Mello Breyner Andresen
[De O Nome das Coisas]

23/04/13

Dia Mundial do Livro / 2013

Obrigada, MR!

A opulência de um Reino não só consiste na abundância das riquezas, senão também na afluência das palavras; e assim, pelo contrário, todo o Reino, falto de palavras, é pobre.

Rafael Bluteau, 1712

Dia Mundial do Livro / 2013

"Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar."
(Monteiro Lobato)

Dia Mundial do Livro / 2013

Sondagem

O carteiro, conversador amável, não gosta de livros. Tornam pesada a carga matinal, que na sua opinião, e dado o seu nome burocrático, devia constituir-se apenas de cartas. No máximo algum jornalzinho leve, mas esses pacotes e mais pacotes que o senhor recebe, ler tudo isso deve ser de morte!

Explico-lhe que não é preciso ler tudo isso, e ele muito se admira:

─ Então o senhor guarda sem ler? E como é que sabe o que tem no miolo?

─ Em primeiro lugar, Teodorico, nem sempre eu guardo. Às vezes dou aos amigos, quando há alguma coisa que possa interessar a eles.

─ Mas como sabe que pode interessar, se não leu?

Esclareço a Teodorico que não leio de ponta a ponta, mas sempre abro ao acaso, leio uma página ou umas linhas, passo os olhos no índice, e concluo.

Meu crédito diminui sensivelmente a seus olhos. Não lhe passaria pela cabeça receber qualquer coisa do correio sem ler inteirinha.

─ Mas, Teodorico, quando você compra um jornal se sente obrigado a ler tudo que está nele?

─ Aí é diferente. Eu compro o jornal para ver os crimes, o resultado do seu-talão-vale-um-milhão etc. Leio aquilo que me interessa.

─ Eu também leio aquilo que me interessa.

─ Com o devido respeito, mas quem lhe mandou o livro desejava que o senhor lesse tudinho.
─ Bem, faz-se o possível, mas...

─ Eu sei, eu sei. O senhor não tem tempo.

─ É.

─ Mas quem escreveu, coitado! Esse perdeu o seu latim, como se diz.

─ Será que perdeu? Teve satisfação em escrever, esvaziou a alma, está acabado.

A idéia de que escrever é esvaziar a alma perturbou meu carteiro, tanto quanto percebo em seu rosto magro e sulcado.

─ Não leva a mal?

─ Não levo a mal o quê?

─ Eu lhe dizer que nesse caso carece prestar mais atenção ainda nos livros, muito mais! Se um cidadão vem à sua casa e pede licença para contar um desgosto de família, uma dor forte, dor-de-cotovelo, vamos dizer assim, será que o senhor não escutava o lacrimal dele com todo o acatamento?

─ Teodorico, você está esticando demais o meu pensamento. Nem todo livro representa uma confissão do autor, ainda ontem você me trouxe uma publicação do Itamaraty sobre o desenvolvimento da OPA, * que drama de sentimento há nisso?

─ Bem, nessas condições...

─ E depois, no caso de ter uma dor moral, escrevendo o livro o camarada desabafa, entende? Pouco importa que seja lido ou não, isso é outra coisa.

Ficou pensativo; à procura de argumento? Enquanto isso, eu meditava a curiosidade de um carteiro que se queixa de carregar muitos livros e ao mesmo tempo reprova que outros não os leiam integralmente.

─ Tem razão. Não adianta mesmo escrever.

─ Como não adianta? Lava o espírito.

─ No meu fraco raciocínio, tudo é encadeado neste mundo. Ou devia ser. Uma coisa nunca acontece sozinha nem acaba sozinha. Se a pessoa, vamos dizer, eu, só para armar um exemplo, se eu escrevo um livro, deve existir um outro ─ o senhor, numa hipótese ─ para receber e ler esse livro. Mas se o senhor não liga a mínima, foi besteira eu fazer esse esforço, e isso é o que acontece com a maioria, estou vendo.

─ Teodorico! Você... escreveu um livro?

Virou o rosto.

─ De poesia, mas agora não adianta eu lhe oferecer um exemplar. Até segunda, bom domingo para o senhor.

─ Escute aqui, Teodorico...

─ Bem, já que o senhor insiste, aqui está o seu volume, não repare os defeitos, ouviu? Esvaziei bastante a alma, tudo não era possível!


Andrade, Carlos Drummond de (1963) - A Bôlsa & A Vida -  2.ª edição, p. 74 a 77.

Dia Mundial do Livro / 2013

The Production of Medieval Manuscripts 

No Dia Mundial do Livro... / 2013

ofereça livros... 

 









22/04/13

Torre dos Clérigos: 250 anos


Da autoria de Nicolau Nasoni e construída entre 1754 e 1763, a Torre dos Clérigos comemora este ano, 250 anos da sua existência. 
Classificada como monumento nacional desde 1910, é considerada o ex-libris da cidade do Porto.


19/04/13



Costa, Gomes da (Filho) – Porque Cegou Camilo?... – estudo retrospectivo da cegueira do mártir de S. Miguel de Seide. Porto, Liv. Latina, 1955. In-8.º; de 38-II págs. Com um desenho de Camilo por A. Luís. Brochado € 15,00

Exemplar numerado e rubricado pela Exma. Sr.ª Dona Flora Castelo Branco.


Nazaré, João Ranita da – Momentos Vocais do Baixo Alentejo – Cancioneiro da Tradição Oral. Lisboa, INCM, 1986. In-4.º; de 416-IV págs. Enc. do editor € 40,00

Magnífico trabalho de pesquisa, que comporta o “levantamento de 125 cantares do Baixo Alentejo, que nos dizem, geralmente, como amavam, trabalhavam, rezavam e sofriam os seus povos”. 

Muito estimado. 
Com falta do disco de pesquisa científica.

17/04/13




Mattock, Mark - Guia Prático das Rosas - Lisboa, Editorial Presença, 1983. Tradução de Maria do Carmo Cary. In-8.º; de 179 págs. Magnificamente ilustrado a cores com dezenas de fotografias. Br. € 10,00

Exemplar estimado.

Colecção «Habitat», 35.




Ferri, Mario Guimaraes; Menezes, Nanusa L. de ; Monteiro-Scanavacca, Walkyria Rossi - Glossário de Têrmos Botânicos - São Paulo, Editôra Edgard & Blücher, 1969. In-8.º; de X-198-III págs. Br. € 12,50

Exemplar estimado.

13/04/13



Pimentel, Alberto – O Porto por Fora e por Dentro – Porto, Livraria Internacional de Ernesto Chardron, 1878. In-8.º; de 277-III págs. 
Br.  90,00

1.ª Edição

Exemplar estimado e por abrir, apesar da capa de brochura precisar de alguns pequenos restauros, devido à fragilidade do papel.

12/04/13





Stein, Joseph - Um violino no telhado -  (Fiddler on the Roof). Lisboa, Editora Futura, 1972. Tradução e prefácio de Manuel de Seabra. In-8.º; de  184-XXXV págs. Profusamente ilustrado. Br. € 10,00

Capa de brochura a acusar algum uso, mas miolo estimado.

Uma das grandes obras do teatro musicado americano.

11/04/13

"Livros do Cávado"

A biblioteca mais pequena de Portugal... 


Jornal de Notícias - 10.04.2013



Joyce, Patrícia - Terra, Gente e Quase Gente - cenas vividas. Lisboa, Sociedade de Expansão Cultural, S/d. (1979). In-8.º; de 119-IV págs. Capa de Júlio Gil. 
Br. € 15,00

1.ª Edição.

Exemplar estimado.
A Lumière chama pela Primavera... 






Onde estás?














Por onde andas?
































Que não te vejo!...

08/04/13

Biblioteca Bairro dos Livros

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Ajude-nos a construir a Biblioteca Bairro dos Livros para os Utentes do Hospital de Santo António, no Porto! Deixe na rede de livrarias aderente os livros que já não usa ou que tem repetidos lá em casa e faça do Bairro dos Livros também um bairro solidário. Uma só obra já faz a diferença para quem está a receber tratamento no Hospital e sabe que encontra num livro uma boa companhia.
A sua doação ajudar-nos-á a criar uma Biblioteca Bairro dos Livros, que será usada pelos utentes do Hospital de Santo António, no Porto, nos espaços do: Hospital de Dia, Consulta Externa e CICA. Numa primeira fase, o projecto começará por disponibilizar livros nos espaços do CICA e Consulta Externa Pediátricos.
Este projecto é apoiado pela Cultureprint, Crl, pela Livraria Lumière e pela Swedwood/ IKEA.

Perguntas e Respostas
 
Que tipo de livros devo doar?
Todo o tipo de livros: Romances, Ficção, Biografias, Contos, Poesia, mas também livros de História e Literatura Infantil ou Banda-desenhada.
Os livreiros responsáveis pela gestão da Biblioteca encarregar-se-ão de fazer chegar cada tipo de livro ao espaço certo, organizando os títulos por área e por público-alvo.

Onde posso entregar os livros que já não uso?
Pode deixar os seus livros nas livrarias do Bairro aderentes à iniciativa: Lumière, In-Libris, Poetria, Papa-Livros, Manuel Ferreira, Loja da U.P., Utopia e Unicepe. Saiba como doar aqui.

Como chegam os livros à Biblioteca?
A Livraria Lumière e a cooperativa cultural Cultureprint são responsáveis pela recolha, uma vez por mês, dos livros doados, que são, posteriormente, entregues no Hospital de Santo António.

Quem pode requisitar um livro da Biblioteca Bairro dos Livros?
Qualquer utente do Hospital de Dia, da Consulta externa e do CICA, no Hospital de Santo António, é livre de requisitar qualquer obra, de acordo com as regras de utilização definidas pela instituição.

Como posso esclarecer questões relativas à doação de livros para a Biblioteca Bairro dos Livros?
Se ainda tiver alguma dúvida, basta contactar-nos através do endereço de email bairrodoslivros@gmail.com ou da página de Facebook do projecto, em www.facebook.com/bairrodoslivros ou ainda directamente para a Livraria Lumière.

Ajude-nos a ajudar!

Ver entrevista com a enfermeira-chefe. 

Grata pela atenção dispensada,
Cláudia Ribeiro


Viana, Mário Gonçalves - As Viagens Terrestres dos Portugueses - Ensaio histórico-filosófico. Porto, Livraria Editora Figueirinhas, 1945. In-8.º; de 302 págs. Br. € 15,00

Exemplar estimado.

Alguns capítulos: A História sentimental das viagens. Os viajantes terrestres portugueses na Europa. Os viajantes ecuménicos. Os Clérigos os Missionários viajantes. A travessia da África da costa à contra-costa.As viagens modernas e os livros de viagens.
Entre outros.

07/04/13

Almada Negreiros (1893-1870)

Comemoram-se hoje, 120 anos que nasceu Almada Negreiros



 













 


A SOMBRA SOU EU
A minha sombra sou eu,
ela não me segue,
eu estou na minha sombra
e não vou em mim.
Sombra de mim que recebo luz,
sombra atrelada ao que eu nasci,
distância imutável de minha sombra a mim,
toco-me e não me atinjo,
só sei dó que seria
se de minha sombra chegasse a mim.
Passa-se tudo em seguir-me
e finjo que sou eu que sigo,
finjo que sou eu que vou
e que não me persigo.
Faço por confundir a minha sombra comigo:
estou sempre às portas da vida,
sempre lá, sempre às portas de mim! 

















 

06/04/13

Obras Completas do Cardeal Saraiva - (D. Francisco de S. Luiz), patriarca de Lisboa. Lisboa, Imprensa Nacional, 1872-1887. Precedidas de uma introdução pelo Marquez de Rezende. Publicadas por António Correia Caldeira. In-8.º;  
10 volumes. Encadernados € 400,00

Obra completa.  
Todos os volumes muito estimados.
Encadernação com lombada e cantos em pele.

D. Frei Francisco de São Luís Saraiva, O.S. B. (Ponte de Lima, 26 de Janeiro de 1766 - Lisboa, 7 de Maio de 1845), popularmente conhecido como Cardeal Saraiva, foi o oitavo Patriarca de Lisboa com o nome de D. Francisco II.
Nascido Francisco Manuel Justiniano Saraiva, foi filho de Manuel José Saraiva e de sua mulher Leonor Maria Correia de Sá, ambos de Ponte de Lima. Ingressou no Mosteiro de São Martinho de Tibães, da Ordem de São Bento, em 6 de Abril de 1780, com 14 anos de idade, alterando o seu nome para Francisco de São Luís Saraiva. Professou em 28 de Janeiro de 1782; saiu de Tibães para o Mosteiro de Santo André de Rendufe e daí para a Faculdade de Teologia da Universidade de Coimbra, onde se licenciou em 3 de Julho de 1792, tendo-se tornado aí professor, e sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa. 

04/04/13





Martins, J. P. OliveiraO Helenismo e a Civilização Christan – 4.ª edição. Lisboa, Parceria António Maria Pereira, 1928. In-8.º; de LVI-307 págs. Enc. do editor € 15,00

Exemplar estimado, mas a acusar algum uso.

02/04/13





Batista-Bastos - Elegia para um Caixão Vazio - 3.ª edição. Lisboa, Edições «O Jornal», 1987. In-8.º; de 128 págs. Capa de José Pinto Nogueira. Br. € 7,00

Exemplar estimado.